domingo, 13 de fevereiro de 2011

Depoimento de uma educadora

Na minha sala, esse ano, recebi um presente especial, um menino perguntador, falador, esperto, curioso, simpatissíssimo, sedutor. Já ganhou a escola inteirinha em uma semana de aula, só para ter uma idéia da delícia. Inteligência interpessoal presente.
Fizemos uma leitura conjunta do texto com pausas protocoladas (aprendi com pró Zywa, que aprendeu com pró Ana Cruz) em cada parágrafo ou necessidades apresentadas. Numa pausa elucidamos com dicionário e discutimos, noutra com alguns vídeos rápidos, noutra construindo esquetes para apresentarmos aos colegas, enfim. Foi numa dessas pausas em que o texto falava da lei de karma, que meu presentinho falou preocupado: Pró, não entendi. Expliquei ilustrando com um caso cotidiano em que alguém machucava o colega deliberadamente e as possíveis reações.... Ah! agora acho que entendi, disse ele. É como a gente jogar uma bola na parede, não é? Ela vai voltar... Quase gritei de alegria pela analogia feita e respondi animada: Exatamente, Xu. É isso mesmo. Ele demonstrou a intenção de continuar na mesma conversa. Esperei interessada. Ele botou o indicador na boca e olhou para cima, daquele jeitinho de quem pensa seriamente no assunto. Mas, pró, e se do outro lado alguém agarrar a bola, como é isso na vida?
Pasmei com seu nível de aprofundamento, fiquei olhando para aquele serzinho especial, cujo diagnóstico ainda não conheço, mas de fato, um presente para mim, para a escola, para os colegas, e ainda emocionada respondi: Isso é Consciência, filho. Agarrar a bola é para os que não se permitem mais ampliar conflitos. E ele arrematou: Como aconselhar, né? (do exemplo dado) Pena que ninguém sabe tudo. Finalizei: estamos estudando as Leis para isso, uma hora a gente chega lá.
Ivana Santiago
Educadora da 3a. série

3 comentários:

  1. Ivana, que relato interessante! Vale lembrar que o verdadeiro educar vem do exemplo. E você tem sido um exemplo pra essa galera. Quantas bolas vc já agarrou com alegria heim???!! Bjs

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  2. Sabedoria amiga as vezes vem de onde nosso preconceito menos espera...que lindo! bjs ed.

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  3. Pró Ivana, tive o merecimento de tê-la como educadora de minha filha no ano passado e sei bem da sua competência, afetividade, companheirismo, etc. Parabéns pelo belo trabalho.

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